segunda-feira, 3 de julho de 2017

Avisando a parentada.....




          Como é difícil dar notícias ruins às pessoas que amamos!!

          Posso viver 1000 anos, que nunca vou me esquecer da reação de cada um ao saber da minha doença. 
          Isso me desestabilizou muito mais que a doença em si. Aliás, a doença não me abalou em momento nenhum.  

          As lágrimas da minha mãe, sim! 

         Você saber que uma pessoa chora por causa de você, já é angustiante...quando essa pessoa é sua mãe..PUTZ! É desesperador!

         Saímos do consultório médico, eu e meu marido. Meu fiel companheiro, meu amigo, meu porto seguro nesse mar de incertezas. Amor meu.... você é sensacional!  

         Ainda meio tontos com a porrada que levamos da vida....seguimos para a casa dos meus pais. 

             Esse tipo de notícia não se dá por telefone. NUNCA! A menos que a distância imponha e que não haja outra opção. 

     Sentamos nós quatro na sala...e comecei a procurar as palavras. 

     Sem encontrar "a melhor maneira de dizer"(se é que existe), fui falando aleatoriamente o que vinha à cabeça:


          "Fui ao médico, fiz exames...e vou direto ao ponto, porque não sei fazer rodeios. 

                                                    Estou com câncer de mama!" 


          Minha mãe virou de costas para mim, enterrou o rosto entre as mãos, incrédula.... e se desmanchou em lágrimas. 

          Meu pai passando a mão na cabeça, me olhava atônito, em silêncio. 

          Ali, naquele momento, eu percebi o quanto essa doença é devastadora, arrasta tudo o que encontra pela frente! 

          Abracei minha mãe bem forte, disse a ela que tudo ficaria bem....tentando convencer a ela (e a mim mesma) disso.

          Enxuguei as suas lágrimas, fui abraçada por meu pai, conversamos, ligamos prá minha tia em Goiânia, que é enfermeira e ela se comprometeu a avisar minha vó e demais familiares e assim, a notícia foi passando de um pro outro.... 

          Meus irmãos não estavam em casa e ficou à cargo dos meus pais avisar a eles. 

          Meu irmão, ao saber, me mandou várias mensagens com carinhas tristes. Acho que ele não sabia o que me dizer....sem acreditar, sem aceitar...mas depois, foram surgindo palavras de amor, carinho e confiança na minha cura. 

          Minha irmã, uma rocha...uma fortaleza!! Êta baixinha arretada! Otimista até o último fio de cabelo. Me mandava mensagens de força e incentivo sempre. Também nunca duvidou que venceríamos isso, todos juntos!

           Eu não queria dar essa notícia prá mais ninguém. Me doía ...me fazia sofrer. Então uns foram falando para os outros... e todos ficaram sabendo. 


          Muito chato esse negócio de dar notícia sobre doença! 




                                    Como diz a música: " De hoje em diante, só quero boas notícias....."





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